sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PELA BD DOS OUTROS (14): A BD DE MADAGÁSCAR

Território insular totalmente banhado pelo Oceano Índico, Madagáscar é uma república africana com a capital em Atananarivo. Línguas oficiais: o malgaxe e o francês. Moeda: Ariary. Pela sua lendária História, terá sido ocupado e povoado por malaio-polinésios há mais de dois mil anos!...
Entretanto, foi sofrendo "ocupações" de árabes e africanos (especialmente escravos). Acontece que os europeus lá chegaram pela primeira vez a 10 de Agosto de 1500, por uma nau "desgarrada" sob o comando de Diogo Dias, irmão de Bartolomeu Dias, que então lhe deu o nome de Ilha de São Lourenço. Porém, os portugueses não se fixaram por aí!... Os ingleses, logo seguidos pelos franceses, em pouco tempo foram dominando Madagáscar, fabuloso território de uma flora e fauna específicas e únicas.
Independente da França desde 26 de Junho de 1960, tenta acertar o passo com o mundo moderno e com o turismo.
Curiosamente, tem uma notável força cultural, especialmente através da Literatura e da Banda Desenhada. A par da República Sul-Africana, será dos países de África com altas e diversas acções pela 9.ª Arte.
Étienne Le Roux, de etnia europeia e considerado "desenhista francês", aí nasceu a 14 de Dezembro de 1966, tendo sido na sua natal terra malgaxe que se iniciou na carreira da Banda Desenhada.

Capas (dois tomos) e prancha de
"Le Dernier Voyage d'Alexandre de Humboldt", com desenho de Étienne Le Roux


Prancha de "Le Temple du Passé", por Étienne Le Roux 
No entanto, o valor malgaxe mais famoso, até internacionalmente, é o jovem Didier Mada (aliás, Didier Randriamanantena), de cuja obra se salienta o álbum "Imboa, le Roi et Ifara".
Prancha de "Imboa, Le Roi et Ifara", por Didier Mada
Prancha de "Kalanara", por Didier Mada
Mas a primeira banda desenhada de Madagáscar, em papel (há versões anteriores em esculturas em madeira) surgiu em 1961, com "Ny Ombalahibemaso" por Jean Ramamoujsoa, com argumento do padre Rahajarizafy.
Nos anos 70 do século passado, revelaram-se muitos valores como  o casal Xhy e M'aa, Christian Razafindrakoto, Tojo Alain Rabemanantsoa, Tsilavo Ramenila, Elisé Ranarievelo, Anselme René Razafindrainibe, Alain Bruno Ranaivonjato, Delano Ranaivo... e um nunca mais parar.
Dos mais novos, salientam-se Dwa, Rado e Ramafa.
Arte de Dwa
Arte de Anselme René Razafindrainibe
Arte de Alain Bruno Ranaivonjato
Prancha de "Historique de la Pauvreté", por Elisé Ranarievelo
Vogando pelos mais diversos estilos e géneros, como citou um crítico e analista: "na BD malgaxe há uma forte incitação à crítica, representando o espelho das crises sociais e culturais contemporâneas do país".
A BD de Madagáscar tem estado representada em salões europeus, como por exemplo, em França, Bélgica e Itália. Em Portugal, nada!... Continua opaco e vendido a "modas"...
 LB

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