sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

HERÓIS INESQUECÍVEIS (35) - XIII

A impecável parceria belga Jean Van Hamme (argumentista) e William Vance (criador gráfico), em boa hora se lembrou de “inventar” uma das mais entusiasmantes séries da Banda Desenhada: XIII.
Série que hoje conta com 23 álbuns e mais outros, complementares, considerada unanimemente como “série de luxo”, terrivelmente apaixonante, no argumento e no grafismo.
Há que salvaguardar que os dezasseis primeiros tomos são da parceria Vance/Van Hamme. Depois, existe a intervenção, no traço, de outros autores, entre os quais Jean Giraud. Os tomos finais já são com argumento de Yves Sente e traço de Youri Jigounov. Mas vamos por partes, pelos criadores originais:
Jean Van Hamme
JEAN VAN HAMMEnasceu a 16 de Janeiro de 1939. Foi escuteiro na sua juventude. Tem o dipoma de engenheiro comercial pela Escola de Comércio de Solvay. Tem viajado muito e chegou a visitar a lusófona Angola. Tem recebido os mais diversos prémios e troféus.
Romancista que é, todavia é pela sua sempre inspirada imaginação pelos argumentos da 9.ª Arte, que se tornou famoso. Algumas séries que assinou: “Largo Winch”, “XIII”, “Thorgal” e “Wayne Shelton”. E também, por outras obras ocasionais, como “Mr. Magellan”, “Arlequin”, “História Sem Heróis / Vinte Anos Depois”, “O Grande Poder do Chninkel”, “Blake e Mortimer”, etc.
William Vance
WILLIAM VANCE (aliás, William Van Cusem), nasceu em Anderlecht a 8 de Setembro de 1935. Reside na Cantábria (Espanha), perto de seu cunhado, o desenhista Felicisimo Coria, a irmã deste, Petra, é a também habitual colorista das obras de Vance. Em 2010, segundo anunciou o jornal “Le Figaro”, Vance abandonou a BD (estava a elaborar a série “XIII”), porque foi apanhado pela danada da “doença de Parkinson”.
Espectacular, encantador e deslumbrante no seu grafismo, salientam-se alguns exemplos: “C’Étaient des Hommes” e “XHG-C3” e as séries “Ringo”, “Howard Flynn”, “Bruno Brazil”, “Bob Morane”, “Ramiro”, “XIII”, “Bruce J. Hawker”, “Marshall Blueberry”, “Roderic”, etc.
Recordemos então o enigmático XIII.
XIII pelo espectacular grafismo
de W. Vance
Tudo singra pela angustiante viagem de um herói que está amnésico e que “assume” várias identidades sob um esquema sinistro e político que usa e abusa dele, ao mesmo tempo que um mesquinho patife do submundo, um tal “Mangusto”, procura com todas as artimanhas limpá-lo do número dos vivos. Assim se comprova que tanto no mundo dos bons como no dos maus, há sempre canalhas!...
Em Portugal, nove álbuns foram publicados pela Meribérica-Líber e quatro episódios através de tímidas abordagens por dois periódicos.
Desde Dezembro de 2014 até Fevereiro deste ano, a parceria Edições Asa / jornal Público, editou às quartas-feiras e na versão de álbum duplo, toda esta maravilhosa saga.... que talvez ainda não tenha chegado ao fim.
 
Quatro dos volumes que a parceria Asa/Publico editou recentemente

XIII , para além de ter o “seu” selo de honra na Filatelia belga, foi também abordado pelos norte-americanos para uma longa-metragem em 2008 e para uma série televisiva (com duas temporadas) que... a nosso ver, são dois monumentais fiascos. Que pena!
LB
Prancha de "Todas as Lágrimas do Inferno"
Prancha de "Para Onde Vai o Índio..."
O selo de XIII, na Filatelia belga

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