domingo, 29 de maio de 2016

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (8) - SPIROS DERVENIOTIS (Grécia)

Spiros Derveniotis (1961)
É estranho, e pesaroso também, que entre nós tão nadinha se conheça da BD do país - a Grécia - que é o berço indelével da Cultura, da Civilização e de outras maiores razões e valores da nossa Europa de hoje, mesmo que andemos a chapinhar por repulsivas deturpações ...
Criadores da 9.ª Arte Grega apenas por cá sabemos (e por acções fugazes) de três nomes: Arkas (em dois tomos editados pela Marginália), Yorgos (Giorgio) Botsos (publicado no “Almada-BD Fanzine” #5 ) e Alecos Papadatos (que teve o seu álbum “Logicomix” editado pela Gradiva). Muito pouco!...
De resto, já por este tema passámos a 11 de Maio de 2015. Sugerimos que visitem ou revisitem esse nosso post, "A BD da Grécia".
Agora, aqui trazemos/apresentamos, outro grande talento dessas paragens: Spiros Derveniotis.
Nasceu em Atenas a 26 de Setembro de 1961.
Tem abordado a aventura realista...
Prancha de "Runaway Train"
Prancha de "Runaway Train"
Pranchas de "Revolutions"
Prancha da série "Bleeding Hearts"

...mas também a sátira sócio-política em tiras e/ou cartunes, acontecendo que algumas obras suas existem editadas em grego e em inglês.
Prancha da série "Fish Eye"
Prancha da série "Fish Eye"

Claro que, por lógica preferência, nos seduzimos bem pelo seu implacável sarcasmo ante os alucinantes disparates das sociedades actuais. Disparates e demências à solta, verdade seja dita!
É um desafio, para pesquisa e leitura, que aqui deixamos revelado o talento de Derveniotis aos bedéfilos portugueses.
Quem aposta neste valor-BD da nossa Europa?
LB


Capa e prancha de "Exile" (da série "Star Wars")
Cartune de Spiros Derveniots
Uma prancha da série "Kroko"

quarta-feira, 25 de maio de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (93)

PANDORA #1 - Foi uma maravilhosa surpresa depararmos com o n.º 1 da luxuosa revista de “Banda Desenhada e Ficção”, publicada em Abril passado pelas edições Casterman.
E que revista! São “apenas” 264 páginas com histórias completas e inéditas. Lá estão todos os géneros e estilos abrangendo mais de uma vintena de desenhistas francófonos, anglófonos, mas também, de Itália, Finlândia e Japão. Na verdade, um luxo admirável. E as narrativas servem todo o público, não importando a idade e/ou o gosto preferencial.
Do lote de desenhistas que participam neste primeiro tomo destacamos alguns (só alguns) talentos notáveis: o japonês Katsuhiro Otomo, os finlandeses Aapo Rapi e Ville Ranta, os italianos Lorenzo Mattoti e Fabio Viscogliosi e... dos outros, Christian Rossi, Michel Pirus, Eleanor Davis, Art Spiegelman, Johan De Moor, Jacques De Loustal, Matz, Bastien Vivés, etc.
A abrir este volume, um editorial do chefe-de-redacção Benoît Mouchart.
Aguardemos que em números futuros, alguns desenhistas portugueses também possam ser seleccionados para colaborar em “Pandora”...
Recorde-se  que Pandora, segundo a mitologia grega, foi a primeira mulher. de certo modo, como a Eva bíblica. Bela e sedutora, era também muito atrevida e curiosa, e guardava uma  caixa (ou cofre) que jamais deveria abrir. Mas não resistiu e abriu-a! Dela saltaram e se espalharam irrecuperavelmente pelo mundo, todos os males (ou seriam os bens?) ...
O número 2 de “Pandora” está programado para sair no próximo Outono.
Parabéns, Casterman!


TALCO DE VIDRO - Edição Polvo. Autor: Marcello Quintanilha.
O talento, como argumentista e como desenhista, do jovem brasileiro (a residir em Barcelona) Marcello Quintanilha, volta a entusiasmar-nos em pleno pela bela e corajosa força das suas criações.
Depois do escaldante “Tungsténio” (também editado pela Polvo), é agora “Talco de Vidro” que sacode em pleno as nossas meninges.
Aqui se narra a vida de Rosângela, uma mulher que tem tudo para ser rotineiramente feliz na vida, até que recebe a visita de uma prima que há muito não via, que não era tão acomodada no quotidiano, sendo porém, muito mais bela, aspecto que irrita Rosângela ... E vem o descontrolo, a queda vertiginosa da mesma Rosângela...
“Talco de Vidro” é um álbum-BD imperdível!


 
L’HOMME-OISEAU - Edição Casterman. Com argumento de Roger Seiter e arte de Régric (aliás, Frédéric Legrain), “L’Homme-Oiseau” é o 27.º tomo da série “Lefranc”, criada pelo saudoso mestre Jacques Martin.
O herói, o jornalista Guy Lefranc, integrado numa expedição científica, vai até à exótica Ilha da Páscoa, no Oceano Pacífico e sob bandeira do Chile.
Mas o súbito achamento no mar de um jovem pascoano que fora assassinado, levanta logo uma situação pesada a Lefranc e a toda a expedição.
E, por esse tempo, cai na ilha uma “nave espacial”, cujo piloto se escapa e que não pode ser apanhado pelas gentes da ilha e muito menos pelo pessoal de um outro navio, sob o comando do sinistro Axel Borg, o eterno  inimigo de Lefranc.
“L’Homme-Oiseau” é um dos mais conseguidos álbuns desta série na fase post-Martin.


Q.I. #138 - O incansável Edgard Guimarães fez-nos chegar mais um número do seu fanzine "Q.I." ("Quadrinhos Independentes"), como sempre com rubricas muito interessantes e colaboração diversa.
De entre estas, salientamos as dos nossos Carlos Gonçalves (que publica um texto sobre o Historial do Clube Português de Banda Desenhada) e José Ruy (que vê, transcrito directamente do nosso blogue, um artigo dedicado ao jornal "O Papagaio").
Duas entrevistas, a Marcio Sidnei e a Eugenio Colonnese; as habituais secções dedicadas às publicações amadoras e à correspondência trocada com os leitores do fanzine; a série "Poeta Viral" e uma mão cheia de colaborações gráficas avulsas, confirmam este "QI" como um caso sério no panorama editorial independente.

sábado, 21 de maio de 2016

BREVES (27)

BEJA COMEMORA A DÚZIA - Inaugura na próxima sexta-feira, dia 27 de Maio, o XII Festival Internacional daquela cidade.
Ao contrário de todas as anteriores edições, desta feita o Festival não decorrerá na Casa da Cultura, por motivo de obras.
O festival procurou colmatar essa dificuldade e encontrou a solução no Pax Julia - Teatro Municipal. É lá que se fixa o núcleo principal de exposições, ainda que, como habitualmente também, outros espaços da cidade sejam ocupados ao longo do centro histórico (Museu Regional, Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Galeria do Desassossego, Galeria dos Escudeiros, Estoriastantas, Farelo, etc).
Como sempre, a programação paralela é extensa e apelativa: apresentação de projectos, lançamentos, workshops, concertos desenhados, sessões de autógrafos, mercado do livro, Cinema e BD... 
Serão muitos os autores presentes, dos quais salientamos Sónia Oliveira, David Soares, Pedro Carvalho, André Oliveira, Nuno Saraiva, Lindomar e Olímpio de Sousa, Álvaro, Diniz Conefrey, Filipe Melo, Juan Cavia, Lúcio Oliveira, Henrique Magalhães. Tudo bons motivos para não perder esta festa dos quadrinhos.
Mais informação pode ser consultada aqui.



TROFÉUS CENTRAL COMICS PREPARAM FESTA - A cerimónia da entrega dos Troféus Central Comics vai ter lugar no próximo dia 24 de Junho, às 17:00 horas, na EB Manuel António Pina, em Vila Nova de Gaia.
Esta 14.ª edição trará com ela algumas novidades, nomeadamente um segundo grupo de prémios, denominados Troféus Central Comics Extra, que se soma aos prémios já existentes.
O cartaz do evento é da autoria de Daniel Maia.
Mais informação pode ser consultada aqui ou aqui.



REPORTAGEM EXPOS CPBD
Conforme demos nota na altura, inauguraram no passado dia 30 de Abril, na sede do Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora, as exposições "Eça de Queirós na Banda Desenhada" e "Alexandre, o Herculano".
Deixamos agora uma mini-reportagem fotográfica (com fotos do nosso amigo Dâmaso Afonso, a quem agradecemos a gentileza), relembrando que as exposições estarão patentes até finais de Maio, todos os sábados, entre as 16:00 e as 19:00 horas.
Luiz Beira no uso da palavra, ladeado por Carlos Rico, Pedro Mota e António Amaral
Da esquerda para a direita: Geraldes Lino, Pedro Massano, Baptista Mendes,
José Ruy, Pedro Bouça e Carlos Moreno
Painel de introdução e painel final da exposição "Alexandre, o Herculano"
Exposição "Alexandre, o Herculano"
Exposição "Eça de Queirós na Banda Desenhada"

Luiz Beira e Pedro Massano
Foto de grupo, junto à entrada da sede do CPBD, na Amadora



A 9.ª ARTE POR DIVERSOS PAÍSES (2)
Pois descobrimos mais alguns termos que aqui revelamos, acrescentando alguns territórios que não são independentes.

ALBÂNIA: Vizatime Komike
ÁFRICA DO SUL (em africânder ): Strokiesprente
ÁFRICA DO SUL (em zulu): Amahlaya
BIRMÂNIA: Rotepya
CATALUNHA: Historietes
CAMBOJA: Rueng Kambleng
COREIA: Manhwa
CÓRSEGA: Tantu Fumetta
DINAMARCA: Tegneserier
NORUEGA: Tegneserier
ESCÓCIA: Comaigean
ESLOVÉNIA: Stripi
ESTÓNIA: Koomiks
GALIZA: Banda Deseñada
LETÓNIA / POLÓNIA: Komiksy
LITUÂNIA: Komiksai
MALTA: Komiks
MONGÓLIA: Kharuulran Mash Sonirkholtoi Zurgan
NEPAL: Hãsya
PAÍS BASCO: Komikiak
SOMÁLIA: Qoslo
SRI LANCA: Vihilu
SUÉCIA: Serier
TAILÂNDIA: Phâph Kãrtun
UCRÂNIA: Komksy
UZBEQUISTÃO: Komikslar
VIETNAME: Truyên Tranh
E existe nesse ideal idioma que devia ser mundial, o
ESPERANTO: Komiksoj




ANIVERSÁRIOS em JUNHO
Dia 03: Roger Widenlocher (francês)
Dia 04: Ruka Rebello da Silva
Dia 06: Ricardo Inácio
Dia 09: André Juillard (francês) e Theo Caneschi (italiano)
Dia 10: António Carichas
Dia 11: Isabel Lobinho
Dia 14: Luís Louro, Dodo Nitá (romeno) e Cosey (suíço)
Dia 16: Armando Servais Tiago
Dia 24: Séra (franco-cambojano)

terça-feira, 17 de maio de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (92)

L’ARMÉE DE LA LUNE - Edição Casterman. Argumento de Régis Hautière, traço de Fred Salsedo e cores de Greg Salsedo.
É o primeiro tomo da série “Les Trois Grognards”.
A narrativa, inspirada em factos históricos, leva-nos com bastante humor e situações de acção, para o exército de Napoléon Bonaparte, que alguém quer abater...
O mestiço antilhano Honoré Dimanche, está em prisão perpétua pois fizera parte de uma rebelião para a independência de Saint-Domingue. Um misterioso personagem propõe-lhe a liberdade em troca de uma missão da alto risco... Honoré volta para o exército e torna-se amigo do seu camarada franzino Félicien e do grandalhão Kámeneur (exageradamente mais volumoso que o verde Hulk), um exemplo de força bruta e pouca inteligência.
Uma série bem divertida.
SEU NOME PRÓPRIO...MARIA! SEU APELIDO, LISBOA! - Edição Polvo. Autor: Henrique Magalhães. Este tomo é uma recolha das principais tiras da série “Maria”, da autoria do brasileiro Henrique Magalhães.
Implacável e mordaz, o autor satiriza frontalmente as nódoas mentais, políticas e económicas, do que ele vai observando na sociedade actual.
Um álbum que merece uma atenta leitura.


DERNIER ACTE - Edição Dargaud. Argumento de Pierre Boisserie e Philippe Guillaume, traço de Erik Juszezak e cores de Amélie Vidal.
“Dernier Acte” é o décimo e derradeiro tomo da série “Dantès”.
A série começou muito bem, numa adaptação aos dias de hoje e ao panorama económico, do clássico “O Conde de Monte-Cristo”. Depois, dando continuação à “heroicidades” de Alexandre (ou ChristopheDantès, a série vai descambando para enredos frágeis e sem grande interesse...
Pois é: quando se estica muito um tema, nem sempre isso resulta.
LB

sexta-feira, 13 de maio de 2016

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (7) - FLORENCE MAGNIN (França)

Florence Magnin (1950)
Deslumbrante e invejável, Florence Magnin nasceu em Paris a 7 de Março de 1950. Cursou Belas Artes na sua cidade natal.
Em 1984, para a revista “Métal Hurlant”, criou uma curta narrativa-BD, mas depois afastou-se logo da 9.ª Arte.
Dedicou-se então à cenografia no Theâtre Astral de Besançon, e também, fazendo ilustrações para jogos diversos, capas, cartazes, livros infantis, etc.
Apaixonada pelo fantástico e aspectos oníricos, em 1990 regressa à Banda Desenhada, tendo quase sempre o argumentista Rodolphe a aplicar-se nos textos.
Desta bela parceria nasceram as magníficas séries “L’Autre Monde (6 tomos)...

...e “Mary, la Noire” (3 tomos).

A solo, Florence criou mais duas obras: o álbum one shot “Mascarade”...
Capa e pranchas de "Mascarade"

...e a série “L’Héritage d’Émilie”, em 5 tomos.

Pela sua admirável e bela obra, salienta-se ainda a sua arte em “L’Univers d’Ambre”, segundo a obra  de Robert Zelazny, com guião de François Nedelec.
 

Apesar da alta qualidade, a obra de Florence Magnin empoeira-se perdida na gaveta dos nossos editores... É a lástima do costume!
LB