terça-feira, 26 de dezembro de 2017

NOVIDADES EDITORIAIS (136)

MARSUPILAMI - Extra/1 - Edição Dupuis. Será um díptico com histórias curtas, onde diversos autores se dedicam a homenagear, cada um à sua maneira, o impagável Marsupilami, que em boa hora, em 1952, foi imaginado por mestre André Franquin.
Neste primeiro tomo constam: “Opération M” por Bocquet e Cossu, “Une Chasse Gonflée” por Lapuss e Baba, “Week-End Dans la Jungle” por Denis-Pierre Filippi e Silvio Camboni, “Tourista” por Pog e Priou, “Origines” por Hamon e David Tako, “La Coupe du Monde des Braconniers” por Sti e Goulet, “Les Herbes Magiques” por Renaud Collin, “Le Ronflement du Marsupilami” por José Luis Muñuera, “Le Leurre” por Brrémaud e Federico Berolucci e “Pour Ses Beaux Yeux” por Raynès e Yrgane Ramon.
E a delirante diversão continua nestas paródias...
Viva Marsupilami!


LE KÂMA SÛTRA - Edição Glénat. Autor: Milo Manara.
É uma reedição desta obra de Manara, há muito esgotada, e que agora foi retrabalhada (o autor explica isso numa espécie de prefácio), tendo ganho, também, uma nova e belíssima capa.
De resto, é todo o sistema altamente erótico, “paisagem” favorita deste grande artista italiano. Como já é do conhecimento geral, ele aqui se inspira, aplica e adapta
no clássico homónimo da linha sexual da Literatura Indiana.
Claro que é obra de se apreciar e... os mais “tarados” vão delirar em absoluto.


AMAZONIE / 2 - Edição Dargaud. Autores: Leo e Rodolphe, no argumento; Bertrand Marchal, no traço; e Sébastien Bouêt, nas cores.
Já conhecíamos a agente secreta inglesa Kathy Austin, das séries “Kenya” (5 tomos) e “Namibia” (5 tomos). Depois, nesta, ela é enviada para a misteriosa, perigosa e deslumbrante Amazónia... Aqui, nas suas investigações, ela é apoiada por um missionário inglês não católico e daí, pouco dado a reservar-se ao pressuposto “voto de castidade”... 
Entretanto, neste segundo tomo, há personagens sinistras que chegam a esses pontos isolados da selva amazónica, donde um mafioso da droga, uma bizarra soprano que canta Ópera para nativo se deslumbrar, uns nazis que por aí querem implantar a continuação da megalomania do louco do Hitler, etc. Todos buscam um hipotético tesoiro, mas não só. Nesse panorama, para além da perigosa e diversa bicharada (com piranhas incluídas), existem os implacáveis ameríndios, os Yanomatis, que abatem sem pedir licença qualquer estranho, sobretudo os brancos, que invada o seu território.
Mas há mais: quem é ou o que é, aquele estranho ser que vive com os Yanomatis, que o respeitam como a um deus e que tem bizarros poderes? Um extraterrestre? Certamente que sim!
Este mistério será desvendado nos tomos seguintes. É na busca deste estranho hominídeo, pois não é da Terra, que na verdade se empenham os tais nazis e Kathy Austin, agora aliada ao Capitão Délio (uma autoridade da Marinha Brasileira).
Todos buscam este intrigante extraterrestre, e os leitores da série também.
E se o homem deste nosso planeta não estiver só sobre a Terra?!...
LB

sábado, 23 de dezembro de 2017

HERÓIS INESQUECÍVEIS (52) - LUÍS EURIPO

Foi com este aportuguesado nome, Luís Euripo, que o herói-BD Big Ben Bolt, se celebrizou para sempre entre os bedéfilos portugueses. Assim o trataremos aqui...
Em 1949, nos Estados Unidos, o argumentista Elliot Caplin abordou e desafiou John Cullen Murphy, para uma série e/ou herói do mundo do boxe, o que o desenhista aceitou, tendo nascido, no ano seguinte, “Big Ben Bolt”.
John Cullen Murphy (1919-2004)
E para esta série desenhou, de 1950 a 1970. Murphy abandonou Luís Euripo para continuar as famosíssimas aventuras de Príncipe Valente.
Este afastamento não significou o fim da série, pois ela foi continuada por Carlos Garzon, Joe Kubert, Gray Morrow e Neal Adams, até 1978, ano em que a série termina com um instante trágico, no momento em que Luís Euripo é assassinado com uma bala no peito na ocasião em que discursava por ter sido galardoado com o Prémio Nobel da Paz!...
Bem antes de Euripo, o pugilismo na Banda Desenhada terá começado em 1930, com a série um tanto humorística Joe Palooka (Zé Sopapo, nas edições portuguesas) de Ham Fisher.
Luís Euripo, é pois um campeão pugilista que vive com os tios em Boston e tem  como seu “amigo do peito”, o um tanto desastrado Spider Haines.
Quebrando as lendárias ideias (às vezes com razão), Euripo não é um brutamontes, antes pelo contrário, é culto, elegante e lutador pela sua glória, mas também pela justiça social. Muitas das suas aventuras oscilam entre o policial e aspectos romântico-sentimentais.
Nunca percebi (LB) bem, porque é que sempre se apelidou o boxe como “a nobre arte”, onde dois tipos passam o tempo a esmurrar-se um ao outro... até que um deles se vai abaixo das canetas!... Ele há coisas!...
De qualquer modo, Luís Euripo e a sua série, demarcaram-se com justa popularidade  pelas sendas da Banda Desenhada em diversos países do mundo.
Em Portugal, foi editado em várias publicações, como por exemplo: “Mundo de Aventuras”, “Condor Popular”, “Colecção Audácia”, “Condor (mensal), “Tigre”, “Ciclone, “KO”, “Grilo”, etc.
Luís Euripo em "Mary, a Rapariga Cega", por John Cullen Murphy,
in Colecção Audácia (Vol. 1 - fascículos 18 e 26)

Capas de aventuras de Luís Euripo, nas revistas "Colecção Condor" (fascículo 30, vol. 3.º)
e "Mundo de Aventuras" #779, #800 e #821, por Carlos Alberto Santos

Luís Euripo em "A Renúncia", por John Cullen Murphy, in "Mundo de Aventuras" #821

Luís Euripo em "Plano Diabólico", por John Culeen Murphy, in "Mundo de Aventuras" #1000

Big Ben Bolt em "O Combate Decisivo", por John Cullen Murphy,
in "Jornal do Cuto" #133 (18.02.1976)

Aqui fica o nosso respeitoso registo por este herói-BD, perito na arte de... bem esmurrar.
LB

 
Luís Euripo em "Luta pelo Título", por John Cullen Murphy, in "Mundo de Aventuras" #364 a #374

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

BREVES (51)

REVISTA "CAMARADA" EM EXPOSIÇÃO NO CPBD
O Clube Português de Banda Desenhada vai inaugurar no sábado, 16 de Dezembro, pelas 16:00 horas, na sua sede, uma exposição sobre a Revista "Camarada", a propósito da comemoração dos 70 anos de uma das mais importantes publicações BD portuguesas, incluindo uma amostra do modo como na época a revista era impressa, com a imprescindível colaboração de José Ruy.
Um belo motivo para fazer uma visita à sede do CPBD, que fica na Avenida do Brasil, 52 A, na Amadora.


16.º SALÓN DEL CÓMIC DE ZARAGOZA 
Abriu hoje portas, e vai até domingo, a décima sexta edição do Salón del Cómic de Zaragoza que se realiza na Sala Multiusos do Auditório daquela cidade espanhola. O salão - um dos três mais importantes que se realizam no país vizinho - tem como ponto alto a Gala dos Prémios del Cómic Aragonés, no sábado, 16.
Com cerca de 80 expositores (editoras, faneditores, associações e clubes, tendas relacionadas com o merchandising de BD europeia e americana, Mangá, jogos de cartas, etc), e os imprescindíveis lançamentos, conferências, sessões de autógrafos e desenho ao vivo, o salão tem uma curiosidade: a entrada custa o preço simbólico de... 1 Euro e é válida para os três dias!
Mais informação pode ser consultada aqui.


ANGOULÊME / 2018 TEM CARTAZ DE COSEY
Foi revelado o cartaz do 45.º Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, que decorrerá entre 25 e 28 de Janeiro do próximo ano.
Um belíssimo cartaz, diga-se, da autoria do suíço Cosey (Grande Prémio de Angoulême, em 2017, pelo conjunto da sua obra), onde se reconhece a sua personagem-ícone, Jonathan, viajando de moto pelos Himalaias.
Das exposições do Festival destacamos as dedicadas a Cosey ("Une Quête de l'Épure"), Naoki Urasawa, Osamu Tezuka, Alix ("L'Art de Jacques Martin"), Hiro Mashima, Emmanuel Guibert ("Le Déssin comme Écriture"), "Le Monde Selon Titeuf", entre outras.
Toda a informação necessária pode ser encontrada aqui.


ANIVERSÁRIOS EM JANEIRO
Dia 01 - Jorge Miguel, Igor Kordey (croata), Cinzia Ghigliano (italiana), Alex Maleev (búlgaro), Rafael Coutinho (brasileiro)
Dia 08 - Rá
Dia 09 - Helder Carrilho, João Fazenda
Dia 10 - Paula Pina, Felicisimo Coria (espanhol)
Dia 11 - Dâmaso Afonso, José Parreira, Yslaire (belga)
Dia 13 - Jartur Mamede
Dia 16 - Didier Convard (francês)
Dia 17 - Miguel Peres
Dia 19 - Ricardo Cabral
Dia 22 - Zé Manel
Dia 24 - Carlos Rico
Dia 28 - Dany (belga)
Dia 29 - Viorel Pîrligras (romeno)

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

NOVIDADES EDITORIAIS (135)

CRAPULE - Edição Dupuis. Autor: Jean-Luc Deglin.
Supomos que o sr. Deglin gosta de gatos... Gosta muito certamente, como Hergé, Geluck, Catherine Labey, Jim Davis, Otto Messmer, etc.
À sua maneira e com a sua arte e a sua ironia, criou este delicioso e encantador álbum, “Crapule”, com os encantos e as maravilhosas tropelias de um gatito preto que, como qualquer criança mamífera, detesta a solidão e se esparrama em traquinices que tanto nos irritam como nos encantam. (Àparte: eu/Luiz Beira, já convivi, a nível de gatos pretos e de penetrantes doces olhos de topázio, com os meus saudosos “Silvestre” e “Zambeze”; hoje, tenho o “Áton-Rá”...).
Este álbum tem muita paródia e muita ternura e tantos mais indicios para se amar, cada vez mais, os ditos gatos.
Mas, alto aí, amigo Deglin!... Chamar de Crapule (Crápula) a tão enternecedor gatito... é um insulto ao maravilhoso bichano! Porque não dar este nome às tarântulas ou às melgas?
De qualquer modo, indica-se, de um modo positivo e adorável, que este álbum tem uma mensagem especial e divertida para os amantes de gatos e também para aqueles que pensam adoptá-los...
Força, felinófilos! Salvé, deusa-gata Bastet!


EVE - Edição Casterman. Com argumento de Christophe Bec e arte gráfica de Jaouen Salaün, “Eve”, é o terceiro e último tomo da série “Eternum”... pelo menos, por um “primeiro ciclo”.
Apaixonante clima de ficção científica, as situações entranham-se fortemente ante a devida leitura.
A arte de Jaouen anima-nos plenamente, numa obra-série, que nela própria nos elucida: “No princípio, nós éramos imortais... mas os deuses retiraram-nos tal presente”.
E agora, leitores bedéfilos, sejam um tanto Lázaros ressuscitados, mesmo sem o milagreiro Cristo!...


LA JEUNE CAPTIVE - Edição Dargaud. Argumento de Raoule e traço e cores de Landa. “La Jeune Captive”, é o terceiro tomo da muito intrigante série “Arthus Trivium”, que bem nos apaixona, pois que, com todos os seus mistérios, envolve o famosíssimo médico-vidente Nostradamus, aqui com os seus três “prováveis”  discípulos: Arthus, Angelique e Angulus. Um estranho e corajoso clã a enfrentar as situações “diabólicas” do Mundo em rodagem...
Neste terceiro tomo se fina o “primeiro ciclo”, pois a série vai continuar...
LB

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

HERÓIS INESQUECÍVEIS (51) - RUSTY RILEY

Consoante os países e as publicações, foi tratado com outros nomes como Pedrito, Dick, Pepe, etc, sendo ele aquele adolescente simpático, prestável, leal e corajoso que, na verdade, se chama Rusty Riley, nascido a 26 de Janeiro de 1948, nos Estados Unidos da América do Norte, sob o talento gráfico de Frank Godwin (1889-1959) e argumentos de Rod Reeder (e depois, de Harold Godwin, irmão de Frank). A série terminou em 1959.
Frank Godwin (1889-1959)
Rusty Riley é um garoto órfão que foge do orfanato com o seu fiel amigo, o cachorrito "fox-terrier" Flip. Numa determinada herdade onde vai parar, é recolhido, empregue (e será um petiz protegido) pelo proprietário, um tal Sr. Miles, que cria cavalos, essencialmente para corridas.
Rusty rende-se completamente a este novo mundo e sonha, desde então, em tornar-se num jóquei por excelência... não faltando o seu puro e ingénuo namorico com Patty, a filha do patrão.
Há uma firme beleza na candura e ternura das aventuras de Rusty, que cedo galvanizaram os bedéfilos de várias partes do mundo. O ambiente das corridas de cavalos captaram em pleno os leitores, tanto mais que, para não haver um cansativo excesso de ingenuidade e/ou bravuras fáceis, também por estas histórias surgem aspectos de aventura policial, sobretudo avivados por vigaristas e corruptos.
Esta série começou a preto-e-branco, no formato de tiras diárias. Algum tempo depois, passou a ter também uma página dominical, agora a cores.
Tira a preto-e-branco onde é notável a excepcional arte de Godwin...
...e uma prancha dominical, a cores.
Consta que, muito discretamente, Bob Lubbers, também deu a sua achega para as tiras... Tudo e sempre, como produção da King Features Syndicate.
Uma nota especial referente a Frank Godwin: ele também desenhou famosos clássicos, como “A Ilha do Tesoiro”, “Robinson Crusoé”, “Rei Artur”, etc.
Em Portugal, estreou-se na saudosa revista “Diabrete” (do #537 ao #765), numa aventura com o título “Puro Sangue”, onde Rusty é tratado por Dick... Isto, de 1948 a 1950.
Duas pranchas de "Puro Sangue", aventura de Rusty Riley, aqui chamado "Dick",
in "Diabrete" #559 e #758 (1949/50) 
Prancha de "Puro Sangue", in "Diabrete" #612 (Maio/1949)
A partir de 1951, é também na saudosa revista “Mundo de Aventuras” que largamente continua a ser editado entre nós. 
Prancha de "Sir Percival, o Burlão", in "Mundo de Aventuras" #172 (27.11.1952)
Prancha de "Sir Percival, o Burlão", in "Mundo de Aventuras" #173 (04.12.1952)
Quatro pranchas de "A Intrusa", onde Rusty Riley se chamava "Pedrito", in "Mundo de Aventuras" #807
"Pedrito em A Mansão Assombrada" - capa de Carlos Alberto Santos,
in "Mundo de Aventuras" #829
Pranchas de "A Mansão Assombrada", in "Mundo de Aventuras" # 829

Mas não só, pois de um modo solto e com as correctas indicações do sítio “A Minha Biblioteca de Banda Desenhada”, a série foi também publicada em “Condor Mensal”, “Êxitos da TV”, “Condor Popular”, “Canguru”, “Águia”, “Colecção Audácia”, “Selecções do Mundo de Aventuras”, “Tigre”, “Ciclone” e “O Século Ilustrado”.
Rusty Riley em "Um Caso de Espionagem", in "Colecção Condor" Fascículo 20,
com capa de Vítor Péon.

Faltam, em Portugal, os álbuns com as suas aventuras, devida e atentamente compiladas cronologicamente. Mas isso.... Ele há coisas!

Nota: Agradecemos a colaboração de Paulo Viegas e de Carlos Gonçalves, que nos enviaram algumas das imagens que ilustram este post.
LB


"O Aventureiro", fanzine do Clube Português de Banda Desenhada,
dedicou o seu sétimo número a Rusty Riley (Abril de 2001)
Rusty Riley ("Pedrito") no "Mundo de Aventuras", com capas de Carlos Alberto Santos